Por alguma razão sou movida a lhes falar coisas que vem do meu coração... São histórias de vida, banhadas pelo doce perfume das manhãs ensolaradas... De antigas canções que embalavam os meus pensamentos e faziam-me pensar em vocês...
Histórias que vinham de terras cobertas de neves, de sol quente e de outras tantas terras desbravadas... De chão fértil, de pessoas humildes e de bom coração...
Madre Francisca Lechner, seu nome é mulher... De coragem, de generosidade, de um profundo sentimento de solidariedade. Percebendo que sua vida só teria sentido se estivesse comprometida com o Evangelho, fundou em 21 de novembro de 1868, em Viena, na Áustria, uma Congregação Religiosa feminina com o nome de “Filhas do Amor Divino”.
Amor vivido e levado para o mundo, quem vem ensinando que “ o coração da educação, é a educação do coração.”
Com a história do Colégio Nossa Senhora das Neves, não foi diferente. Novamente, mulheres desafiam o seu tempo. As Irmãs Alberta Garimbertti e Imaculada Widder em 1932, iniciam um novo capítulo dessa história que já tem 79 anos. História escrita por mãos que tinham como destino “tornar feliz, alegrar e conduzir ao céu.”
Uma história escrita, contada e recontada para você e, hoje, de um jeito todo especial escrita por você. Palavras que ficarão marcadas em nossos corações. Neves, a vida da gente passa por aqui.
Fecho os olhos e descortino as imagens que aparecem nos meus sonhos e que fazem parte da minha vida, aqui no Neves...
Ah... Neves os seus corredores tão imponentes, tão misteriosos... Mas quando enfeitados pelas cores azul e rosa transformam-se em verdadeiros estandartes. A emoção de ver os pilares coloridos enchem-me de alegria... E que prazer recostar-me na varanda e deslizar meu olhar pelo lindo jardim e ver cair do céu uma chuva de pétalas vermelhas, e depois como numa prece descansar no semblante sereno da Nossa Senhora das Graças, das Neves, de Aparecida, das Vitórias de todas as Nossas Senhoras que marcaram vidas.
Ah, Neves... Como não sentir o cheiro do jasmim ao passar pelos seus canteiros. Como esquecer do portão que ganhou vida... E que poderia tratar-se de um portão qualquer, mas aquele em especial “pertencia” ao Seu Rafael e ele soube, como ninguém, semear ternura num simples gesto mecânico...
Mas o tempo é implacável, ele não para. Muitas vezes, é na expressão das nossas faces que ele vai mostrando que é chegada a hora de desacelerar... Quantas irmãs, funcionários e funcionárias que passaram por aqui e deixaram suas marcas, suas histórias, seus amigos, seus sonhos e muitas, a sua própria vida.
Mas, falar do Neves é falar de vida viva! Vida que emociona, que alegra, que brilha, que vence. Que forma gerações. Que proporciona o entrelaçamento de pais, filhos, avós num encontro de gerações que parece uma volta ao tempo envolto em doces lembranças... Sonhos que o tempo deixou adormecido... E voltar ao Neves é ver desabrochar um mundo de histórias vividas e acariciadas pelo mistério do reencontro de um jeito especial de ser Neves.
Os eternos mestres engraçados, os estressados, os sonhadores, os idealistas, os cantores...As professoras... Eternas mãezonas, psicólogas, enfermeiras, estudiosas, batalhadoras, poetisas, escritoras, artistas, tão lindas, tão únicas. Para eles, nossos educadores, vestir a camisa é mostrar o orgulho de ser um educador Neves. Aos mestres queridos que partiram deixando saudades. A vocês, os nossos eternos agradecimentos.
Falar do Colégio Nossa Senhora das Neves, ou carinhosamente do Neves, é acreditar que sonhos podem ser realizados. Que o poder de querer é acontecer! Com certeza, para nós que fazemos e construímos a história desse Colégio é o que faz a diferença no nosso fazer pedagógico. É o que faz bater mais forte o nosso coração.
Sílvia.
Texto da Agenda 2011, CNSN.
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