terça-feira, 12 de abril de 2011

Ausência



Enfim te encontrei
Você caminhava nos meus sonhos
Amanhecia nos meus pensamentos
Você surgia assim
Do nada
Sem hora marcada
Nem momento certo
Simplesmente invadia meus pensamentos

Talvez já habitasse na sombra dos meus passos
Ou talvez já existisse nesse meu querer estar

Ah... E eu nem sei de onde vem esse querer !

Eu só sei apenas que está impregnado na minha pele
Nos meus sonhos
Na minha vida
Queria olhar nos teus olhos
E quem sabe então
Sentir o perfume da tua pele, o Sabor da tua boca
E fazer com que todos esses momentos fossem  eternizados nas minhas lembranças...
                   
                                                           Sílvia Freitas

sábado, 2 de abril de 2011

HISTÓRIAS QUE VEM DO CORAÇÃO

                                                                   
Por alguma razão sou movida a lhes falar coisas que vem do meu coração... São histórias de vida, banhadas pelo doce perfume das manhãs ensolaradas... De antigas canções que embalavam os meus pensamentos e faziam-me pensar em vocês...
Histórias que vinham de terras cobertas de neves, de sol quente e de outras tantas terras desbravadas... De chão fértil, de pessoas humildes e de bom coração...
Madre Francisca Lechner, seu nome é mulher... De coragem, de generosidade, de um profundo sentimento de solidariedade. Percebendo que sua vida só teria sentido se estivesse comprometida com o Evangelho, fundou em 21 de novembro de 1868, em Viena, na Áustria, uma Congregação Religiosa feminina com o nome de “Filhas do Amor Divino”.
Amor vivido e levado para o mundo, quem vem ensinando que “ o coração da educação, é a educação do coração.”
Com a história do Colégio Nossa Senhora das Neves, não foi diferente. Novamente, mulheres desafiam o seu tempo. As Irmãs Alberta Garimbertti e Imaculada Widder em 1932, iniciam um novo capítulo dessa história que já tem 79 anos. História escrita por mãos que tinham como destino  “tornar feliz, alegrar e conduzir ao céu.”
Uma história escrita, contada e recontada para você e, hoje, de um jeito todo especial escrita por você. Palavras que ficarão marcadas em nossos corações. Neves, a vida da gente passa por aqui.
Fecho os olhos e descortino as imagens que aparecem nos meus sonhos e que fazem parte da minha vida, aqui no Neves...
Ah... Neves os seus corredores tão imponentes, tão misteriosos... Mas quando enfeitados pelas cores azul e rosa transformam-se em verdadeiros estandartes. A emoção de ver os pilares coloridos enchem-me de alegria... E que prazer recostar-me na varanda e deslizar meu olhar pelo lindo jardim e ver cair do céu uma chuva de pétalas vermelhas, e depois como numa prece descansar no semblante sereno da Nossa Senhora das Graças, das Neves, de Aparecida, das Vitórias de todas as Nossas Senhoras que marcaram vidas.
Ah, Neves... Como não sentir o cheiro do jasmim ao passar pelos seus canteiros. Como esquecer do portão que ganhou vida... E que poderia tratar-se de um portão qualquer, mas aquele em especial “pertencia” ao Seu Rafael e ele soube, como ninguém, semear ternura num simples gesto mecânico...
Mas o tempo é implacável, ele não para. Muitas vezes, é na expressão das nossas faces que ele vai mostrando que é chegada a hora de desacelerar... Quantas irmãs, funcionários e funcionárias que passaram por aqui e deixaram suas marcas, suas histórias, seus amigos, seus sonhos e muitas, a sua própria vida.
Mas, falar do Neves é falar de vida viva! Vida que emociona, que alegra, que brilha, que vence. Que forma gerações. Que proporciona o entrelaçamento de pais, filhos, avós num encontro de gerações que parece uma volta ao tempo envolto em doces lembranças... Sonhos que o tempo deixou adormecido... E voltar ao Neves é ver desabrochar um mundo de histórias vividas e acariciadas pelo mistério do reencontro de um  jeito especial de ser Neves.
Os eternos mestres engraçados, os estressados, os sonhadores, os idealistas, os cantores...As professoras... Eternas mãezonas, psicólogas, enfermeiras, estudiosas, batalhadoras, poetisas, escritoras, artistas, tão lindas, tão únicas. Para eles, nossos educadores, vestir a camisa é mostrar o orgulho de ser um educador Neves. Aos mestres queridos que partiram deixando saudades. A vocês, os nossos eternos agradecimentos.
Falar do Colégio Nossa Senhora das Neves, ou carinhosamente do Neves, é acreditar que sonhos podem ser realizados. Que o poder de querer é acontecer! Com certeza, para nós que fazemos e construímos a história desse Colégio é o que faz a diferença no nosso fazer pedagógico. É o que faz bater mais forte o nosso coração.

                                                                                                                    Sílvia.
Texto da Agenda 2011, CNSN.

O PORTÃO DO SEU RAFAEL

Você poderá ler na integra o caso de ensino. Ele está publicado no livro Casos para Ensino em Administração  (2º Capítulo) - Valéria Araújo e Patrícia Webber são as organizadoras. Editora: CRC
  Poderia tratar-se de um portão qualquer, mas aquele em especial “pertencia” ao Seu Rafael. A rua, Segundo Wanderley, não era nem ao menos mencionada, o portão tornara-se o local de referência e encontro das pessoas que entravam e saiam. E com zelo, o portão era fechado e aberto dia após dia, ano após ano. O Seu Rafael parecia que tinha sido congelado no tempo, com seu boné, seus cabelos brancos e aquele sorriso contagiante e cativante a todos que por ele passavam, ali ele era feliz. Ainda posso lembrar da sua voz “ô Dudu, corre que seu Xavier já chegou e tá com pressa, menino...” ”Zezinho chama o Pedrinho que tá jogando bola, que a mãe dele já chegou...” “Bom dia professora, tá bonita!” E assim, com seu jeitinho ele ia conquistando todo mundo.  No aniversário de 75 anos do Colégio das Neves, ele foi homenageado como o funcionário mais antigo, 36 anos de dedicação, e como ele ficou orgulhoso recebendo a sua placa de agradecimento pelos serviços prestados àquela instituição.
Mas o tempo é implacável, ele não pára. Muitas vezes, é na expressão das nossas faces que ele vai mostrando que é chegada a hora de desacelerar. Os passos já não acompanham o ritmo do nosso coração, o olhar já não possui aquele brilho, no entanto, a cada momento ele repousa, contemplativamente, na linha do horizonte e como numa volta ao tempo a gente se dá conta de que é chegada a hora de se aposentar. Com o Seu Rafael não foi diferente, se não fosse um pequeno detalhe, ele não queria ir embora, ele não queria parar. O Colégio das Neves há muito tinha deixado de ser apenas o seu trabalho, ele passou a ser a sua vida. As experiências vividas foram sendo sedimentadas e reconstruídas simbolicamente na sua identidade profissional com aquela instituição.  Nos últimos anos, as Irmãs acharam mais prudente colocar um outro porteiro que o “auxiliasse” na sua tarefa, pois o portão, já meio esquecido, precisava de alguém mais atento; os reflexos já lhe traiam e denunciavam a chegada do fim. E agora como falar para o Seu Rafael que ele não podia mais ficar ali, no seu portão. 

                                                                                                                        Sílvia Freitas

O DIA D


DECIDIR
   DESLIGAR
      DESENCONTRAR

DEIXAR
            DUVIDAR
                            DESILUDIR

DELEITAR
      DEITAR
           DESMORONAR

DORMIR
            DIVAGAR
                         DESCANSAR


D E S I S T I R....

                                                                                                                  Sílvia Freitas

Caminhos

Sou a que necessita da palavra
Para libertar meus pensamentos...

Sou a que necessita do vento
Para não me prostrar no vazio...

Sou a que necessita do mar
Para provar que ainda sou pura...

Sou a que necessita do sol
Para aquecer minha alma vazia...

Sou a que necessita do abraço
Mesmo sabendo que em seus braços
Meu corpo não encontrará suas mãos para me acalmar...

                                                                                                      Sílvia Freitas

Minha Alma


Por alguma  razão  meus  pensamentos  são banhados  pelo  doce  perfume  das  manhãs ensolaradas... e   me  faz-  pensar  em  você...
É  uma  forma  de  ficar  mais  perto... De  sentir  seus  gestos  e  acariciar  suas  palavras
Por  alguma   razão  pessoas  aparecem  nas   nossas  vidas  e   sem   explicação  precisam  partir...
Por quê ?
Não  tenho  a resposta...
     um  sentimento
Que  me  invade  e  me  faz  desistir  de  tentar 
Mas  ao  perceber  que  meus  pés  estavam  enraizados...
seria  inútil  tentar o  voo...
Por  que  insistir?
Nossos  caminhos  não  iriam  se  cruzar  e  as
Nossas  vidas    estavam  predestinadas ,  às  nossas  escolhas...
Sair  de  cena...
Partir...
Silenciar....
Esquecer...
Tudo  parece  eterno demais...
Por  alguma  razão   a  saudade 
Parece   querer  ficar...
Invadindo  pequenos  espaços  que  se
Escondem  dentro  do  coração...
E  ai  a  gente  descobre  que  a saudade  é  o amor que  ficou...
Por  alguma  razão   precisamos  seguir  a  vida  naufragados  em lembranças...
Por  alguma  razão   nos  perdemos  na  distância e  esse  vazio  se  encheu  de  adeus... 

                                                                              Sílvia Freitas